jueves, 3 de julio de 2008

LENDAS DOS ORIXÁS

LENDAS DOS ORIXÁS
Exú - Ogun - Odé/Oxosse - Ossain - Xangô
Oxun - Logun-Edé - Yansan - Yemanjá - Obaluayê/Omolú
Oxumaré - Nanan - Oxalá
O QUE SÃO ORIXÁS ?
Muita gente acredita que os orixás são seres inferiores, perversos e de
pouca luz. Ou, então, chegam a defini-los como criaturas demoníacas, com
grande poder de destruição, usados somente para o mal. Mas, então, o que
realmente são os orixás?
Para nós, os orixás são seres divinos criados por Olorun, nosso Deus único,
que o auxiliaram na criação do universo e de todos os seus componentes. A
partir daí, eles ganharam a função de intermediários entre o criador e a
criatura. É através deles que podemos tentar chegar um pouco mais perto de
Deus, se isso não for muita pretensão para nós, meros mortais.
Segundo os yorubás, os orixás são os donos da nossa cabeça, ou "ori", e
nossos protetores individuais. Eles estão sempre tentando nos transmitir
seus conhecimentos, que, muitas vezes, passam desapercebidos pela nossa
razão, mas não pelos nossos sentidos. Infelizmente, não damos a devida
importância a esse fato, achando que são "coisas da nossa imaginação".
Segundo acreditamos, houve uma grande ruptura entre os seres humanos e
os orixás, que antes viviam lado a lado, cada um podendo visitar o mundo um
do outro; ou seja, a Terra (aiye) e o céu (orun), estavam ligados entre si, não
existindo barreiras. Algumas lendas do Candomblé contam que tudo corria
muito bem, até um ser humano desrespeitar a ordem estabelecida por
Olorun. Seu erro foi adentrar em um local proibido, maculando-o com a
sujeira da Terra. Isso não foi perdoado, e a separação tornou-se inevitável.
Assim, Oxalá soprou o seu hálito divino sobre a Terra, criando o ar
atmosférico, que seria, daí em diante, a barreira entre esses dois mundos.
Desde então, os seres humanos vivem tentando alcançar o céu e seus seres
encantados, sem obter resultado.
Nós, através do Candomblé, conseguimos restabelecer essa ligação com o
orun, e temos o poder de presenciar claramente a manifestação da centelha
divina em nosso interior, que é a experiência mais maravilhosa que alguém
pode experimentar. A esse conjunto de mecanismos criados pelos seres
humanos para tentar chegar mais perto do criador e reatar, assim, a
comunicação interrompida no passado, é a melhor definição para a palavra
religião.
Há varias formas de um mesmo orixá, isto é, existem vários tipos diferentes
provenientes de uma mesma origem divina. A esse fenômeno damos o nome
de qualidades. Tomemos o exemplo do orixá Oxun, que reina nas águas doces.
Ele irá subdividir-se em várias formas ou qualidades, como: Pondá, Opará,
Kare, Topé, etc. Todas essas qualidades têm a mesma essência, mas diferem
entre si em muitas coisas, inclusive no que diz respeito a seus fundamentos e
rituais. Esse tema é muito complexo, gerando dúvidas até mesmo entre os
babalorixás.
Por isso, para podermos detectar o orixá de uma pessoa, assim como sua
forma ou qualidade, é preciso consultar o oráculo de Ifá, ou jogo de búzios.
Não existe outro meio mais seguro e eficaz.
Através dos búzios, um bom sacerdote será capaz de identificar, o orixá ao
qual a pessoa pertence, e também verificar se há, realmente, a necessidade
de se fazer a iniciação. Caso isso seja inevitável, a pessoa em questão deverá
passar por vários preceitos de confirmação até o dia da feitura. É
fundamental que não haja erros de espécie alguma, pois é com a vida de um
ser humano que estamos lidando.
Quando o babalorixá identifica o orixá de alguém, terá, necessariamente de
levantar todos os detalhes que estão ligados a ele, como a família ao qual
pertence, as oferendas de que gosta, o tipo de comida que mais lhe agrada,
seus lugares de ebós, rezas, cantigas, etc. É, também, muito importante
saber sobre o elemento da natureza que ele habita e domina, bem como a
função que desempenha dentro do universo.
Os orixás podem ser evocados através de rezas (aduras), cantigas especiais
(orikis), ou pelo seu nome dentro do plantel dos orixás (morunko). Cada um
deles tem suas cores predominantes, que derivam das três cores básicas do
universo, que, segundo os yorubas, são o vermelho, o preto e o branco. As
roupas rituais de cada orixá, além de todos os adereços e ferramentas que
lhe são peculiares, também exibirão essas cores. As comidas também são
indispensáveis nas oferendas, variando muito de orixá para orixá.
Existem infinitas lendas a respeito dos orixás, que foram transmitidas de
geração em geração, seguindo a tradição oral. Nelas encontramos casos de
casamentos entre orixás como, por exemplo, o de Xangô com Iansan. Na
realidade, o que essas lendas querem mostrar, através de uma linguagem
simples e inteligível, é que esses casamentos representam uniões entre dois
ou mais elementos da natureza. Não podemos atribuir aos orixás
características e sentimentos humanos

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