martes, 7 de octubre de 2008

LENDA DE YEMANJÁ

Yemanjá teve muitos problemas com os filhos. Ossain, o mago, saiu de casa muito jovem e foi viver na
mata virgem estudando as plantas. Contra os conselhos da mãe, Oxossi bebeu uma poção dada por Ossain
e, enfeitiçado, foi viver com ele no mato. Passado o efeito da poção, ele voltou para casa mas Yemanjá,
irritada, expulsou-o. Então ogum a censurou por tratar mal o irmão. Desesperada por estar em conflito com
os três filhos, Yemanjá chorou tanto que se derreteu e formou um rio que correu para o mar.
Yemanjá foi casada com Okere. Como o marido a maltratava, ela resolveu fugir para a casa do pai Olokum.
Okere mandou um exército atrás dela mas, quando estava sendo alcançada, Yemanjá se transformou num
rio para correr mais depressa. Mais adiante, Okere a alcançou e pediu que voltasse; como Yemanjá não
atendeu, ele se transformou numa montanha, barrando sua passagem. Então Yemanjá pediu ajuda a Xangô; o orixá do fogo juntou muitas nuvens e, com um raio, provocou uma grande chuva, que encheu o
rio; com outro raio, partiu a montanha em duas e Yemanjá pôde correr para o mar.
Exu, seu filho, se encantou por sua beleza e tomou-a a força, tentando violentá-la. Uma grande luta se deu,
e bravamente Yemanjá resistiu à violência do filho que, na luta, dilacerou os seios da mãe. Enlouquecido e
arrependido pelo que fez, Exu “saiu no mundo” desaparecendo no horizonte. Caída ao chão, Yemanjá entre
a dor, a vergonha, a tristeza e a pena que teve pela atitude do filho, pediu socorro ao pai Olokum e ao
criador Olorum. E, dos seus seios dilacerados, a água, salgada como a lágrima, foi saindo dando origem
aos mares. Exu, pela atitude má, foi banido para sempre da mesa dos orixás, tendo como incumbência
eterna ser o guardião, não podendo juntar-se aos outros na corte.
Por isso Yemanjá é representada na imagem com grandes seios, simbolizando a maternidade e a
fecundidade.

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