mitologia Na mitologia yorubana, Ogun é um orixá filho, ou eborá. Olokun, senhor dos oceanos, e Oduduwa, orixá mais importante dessa cultura, são seus pais, ou criadores. Existem outras vertentes de conhecimento que dizem ser Ogun, filho de Orinshala (Oxalá)e Oduduwa, ou ainda Yemonjá e Oxalá.
Ogun é o que vem primeiro, o que está sempre à frente, um líder nato. Ele conhece e domina todos os caminhos, por isso nunca se perde e está sempre ajudando, quando corretamente evocado. É o deus do ferro, dos ferreiros e de todos que utilizam esse metal. Força da natureza que se faz presente nos momentos de impacto e nos momentos fortes. Considerado como um orixá impiedoso e cruel, temível guerreiro que brigava sem cessar contra os reinos vizinhos, ele até pode passar esta imagem, mas também sabe ser dócil e amável. É a vida em sua plenitude. É orixá da guerra. Seu nome, significa luta, batalha, briga. Os lugares consagrados a Ogum ficam ao ar livre, na entrada das casas e terreiros.Seus assentamentos geralmente são pedras em forma de bigorna junto às árvores. Ogum é representado também por franjas de palmeira ou dendezeiro desfiadas chamadas mariwo que penduradas nas portas ou janelas, representam proteção, cortando as más influências e protegendo contra pessoas indesejáveis.
Sem sua permissão e proteção, nenhuma atividade útil, tanto no espaço urbano como no campo, poderia ser aproveitada. Deve ser invocado logo após Exu ser despachado, abrindo caminho para os outros orixás. É representado por sete objetos de ferro pendurados em uma haste de metal. É ele quem vence as demandas mais difíceis para as pessoas. Dono de um gênio terrível, é um grande Orixá protetor dos militares e dos ferreiros. Ogum nunca deixa um filho seu sem resposta . Senhor deus da guerra, dono do trabalho porque possui todas as ferramentas como seus símbolos. Dono do ferro e do aço. É dono do obé (faca) e por isso vem logo após o Bará, pois sem as facas que lhe pertencem não seriam possíveis os sacrifícios. Ogun tem uma ligação muito grande com o orixá Exú, sendo, às vezes, confundido com ele. A confusão existe porque os dois orixás dominam todos os caminhos e estão sempre na dianteira. É Exú quem consegue aplacar a ira de Ogun. Por causa da violência desse orixá, não se deve evocá-lo para a destruição, pois, se ele não encontrar o inimigo, irá voltar-se contra quem o chamou. Ogun é o patrono do culto a Egungun, ou dos ancestrais, que, em tempos remotos, era privilégio apenas das mulheres, ou iya-mi, onde Oyá reinava absoluta. Esse culto e o dos orixás são totalmente separados, possuindo sacerdotes exclusivos para esse fim. As duas roças podem coabitar o mesmo espaço, desde que sejam separadas por folhas pertencentes ao orixá Ogun.
A guerra que Ogun trava nem sempre é destruidora. Ao contrário, se essa energia for bem canalizada, poderá ser utilizada para alcançar objetivos nobres, traçar novas diretrizes e vencer os obstáculos da vida. Além de poderoso guerreiro, é também um exímio caçador, assim como Odé, seu irmão. Ogun, que conhece os caminhos como ninguém, sabe onde encontrar sua caça. Ele não fica parado esperando, vai atrás dela, até conseguir capturá-la.
As folhas da palmeira, ou mariwo, são muito apreciadas por ele, fazendo parte de sua indumentária.
Está ligado ao mistério das árvores, consequentemente à Oxalá. Seu "assento" está ao pé de um Igí-uyeuè (cajazeira) no Brasil, onde um adàn, akòko ou Àràbà na Nigéria e no Daomé, e rodeado por uma cerca de peregun. Podendo também ficar ao pé do Igí-òpé cujo tronco simboliza a matéria individualizada dos funfun (orixás do branco, particularmente Oxalá), que as folhas brotadas sobre os ramos ou troncos, simbolizam descendentes e que o màrìwò é a representação mais simbólica de Ogún.
Akóro Ko l'axo Akóro não tem roupas Màrìwò l'axo Ogún o! Màrìwò este Ogún Màrìwò Màrìwò
Ogún data de tempos proto-históricos, é pré-histórico, violento e pioneiro; suas armas são primeiro de pedra, depois o ferro. Sua primogenitora converte-o em quase irmão gêmeo de Exú. Do ferreiro ao cirurgião, todos os que utilizam instrumentos de ferro (e o aço por conseqüência) em seu trabalho: agricultores, caçadores, açougueiro, barbeiros, marceneiros, carpinteiros, escultores e outros que juntaram-se ao grupo desde o início do século, mecânicos e motoristas; rendem homenagem à Ogún. Nesse sentido ele é o arquétipo da conquista da civilização humana, consolidada na idade do ferro. Orixá de personalidade violenta, obstinada, constante, viril, disciplinada, quando não rígida.
É representado por instrumentos de ferro forjado de 7,14 ou 21 peças, alinhados todos sobre uma haste de ferro: lança, espada, enxada, torquês, facão, ponta de flecha e enxó, símbolos de suas atividades guerreiras, agrícolas, de ferreiro, escultor, etc. Ogun foi o primeiro marido de Yansan-Oyá, aquela que se tornaria, mais tarde, mulher de Xangô.
maior símbolo...................folha de Mariwo
Seu dia.....................................terça-feira
Sua cor.....................................verde ou azulão
Sua fruta..................................manga-espada
Seus símbolos...........................espada e coroa
Seu mineral..............................diamante
Seus elementos.........................ferro, bronze
Saudação...................................Pata kori Ogun /Jesi Jesi
Domínios:................................. caminhos, profundezas da terra, jazidas de ferro, praias, etc.
Oferendas:..................................feijoada, vatapá, inhame com feijão preto, farofa de carne de frango desfiada, etc.
Arquétipo dos filhos:
Os filhos de Ogum possuem um temperamento um tanto violento, são impulsivos, briguentos e custam a perdoar as ofensas dos outros. Não são muitos exigentes na comida, no vestir, nem tampouco na moradia, com raras exceções. São amigos, camaradas, porém estão sempre envolvidos em demandas; divertidos, despertam interesses nas mulheres e têm seguidos relacionamentos sexuais, mas não se fixam muito a uma só pessoa.
Adoram conquistas e são sempre partidários com seus filhos. São muito mais paixão do que razão. Para os amigos "tudo" e aos inimigos a "cólera". São, quase sempre, de temperamento explosivo, não se prendem às riquezas, nem se interessam pelo poder. Gostam de comandar, dispensando o luxo e a ostentação. São líderes naturais. Não têm compromisso com ninguém, pois são conquistadores e incapazes de ficar presos a um só lugar, ou a uma só pessoa. Gostam de mudanças, de novos desafios e de medir forças.
Assim como Ogun, seus filhos adoram alegria, mesa farta e de estarem sempre cercados pelos companheiros. Apresentam um comportamento coerente, arrebatado e passional, ao mesmo tempo sendo impulsivos, violentos, dados a brigas e incapazes de perdoar o que lhe fazem.
São arrogantes e impacientes. Sua vida sexual tende a ser variada e sem ligações profundas, mas odeiam a solidão. Fisicamente costumam ser esguios e atléticos, mas não necessariamente musculosos. Geralmente, no campo profissional, adaptam-se à política e ao militarismo. Um aspecto negativo dos filhos de Ogun é tirar proveito das pessoas que lhes
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