martes, 7 de octubre de 2008

LENDA DE OXALÁ

Aguas de Oxalá

Aproximava-se o dia em que seria realizado no reino
de Oyó, a época das comemorações em homenagem
a Xangô, Rei de Oyó, onde todos os Orixás foram
convidados, inclusive Oxalufã. Antes de rumar a Oyó,
Oxalufã consultou seu babalawo a fins de saber como
seria a jornada, o babalawo lhe disse: leve três mudas
de roupas brancas, pois Exú irá dificultar seus
caminhos. E Oxalufã partiu sozinho. O adivinho
aconselhou-o então a levar consigo três panos
brancos, limo-da-costa e sabão-da-costa, assim como
a aceitar e fazer tudo que lhe pedissem no caminho e
não reclamar de nada, acontecesse o que
acontecesse. Seria uma forma de não perder a vida.
Caminhando pela mata encontrou Exú tentando
levantar um tonel de Dendê as costa e pediu-lhe
ajuda, Oxalufã prontamente lhe ajudou mas Exú,
propositalmente derramou o dendê sobre Oxalufã e
saiu. Oxalufã banhou-se no rio, trocou de roupa e
continuou sua jornada. Mas adiante encontrou-se
novamente com Exú, que desta vez tentava erguer
um saco de carvão a costas e pediu a Oxalufã que lhe
auxiliasse, novamente Oxalufã lhe ajudou e Exú
repetiu o feito derramando o carvão sobre Oxalufã,
banhando-se no rio e trocando de roupa, Oxalufã
prosseguiu sua jornada a Oyó, próximo já a Oyó,
encontrou com Exú novamente tentado erguer um
tonel de melado e a estória se repetiu. Nos campos
de Oyó, Oxalufã encontrou com um cavalo fugitivo dos estábulos de Xangô, e resolveu devolver ao dono,
antes de chegar a cidade, foi abordado pelos guardas que julgaram-no culpado pelo furto.
Maltrataram e prenderam Oxalufã. Ele, sempre calado, deixou-se levar prisioneiro. Mas, por estar um
inocente no cárcere, em terras do Senhor da Justiça, Oyó viveu por longos sete anos a mais profunda seca.
As mulheres tornaram-se estéreis e muitas doenças assolaram o reino. Desesperado Xangô resolveu
consultar um babalawô para saber o que acontecia e o babalawô lhe disse: a vida está aprisionada em seus
calabouços, um velho sofria injustamente como prisioneiro, pagando por um crime que não cometera. Com
essa resposta, Xangô foi até a prisão e lá encontrou Oxalufã todo sujo e mal tratado. Imediatamente o levou
ao palácio e lá chamou todos os Orixás onde cada um carregava um pote com água da mina. Um a um os
Orixás iam derrubando suas águas em Oxalufã para lavá-lo. O rei de Oyó mandou seus súditos vestirem-se
de branco. E que todos permanecessem em silêncio. Pois era preciso, respeitosamente, pedir perdão a
Oxalufã. Xangô vestiu-se também de branco e nas suas costas carregou o velho rei. E o levou para as
festas em sua homenagem e todo o povo saudava Oxalufã e todo o povo saudava Xangô.

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